segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Avaliacao Em Contexto Online Perspectivas

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Problemática da avaliação online

Image: Boaz Yiftach http://www.freedigitalphotos.net/images/view_photog.php?photogid=1408


Durante muitos anos, a avaliação das aprendizagens dos alunos em regime presencial adquiridas ao longo do ano, semestre, período resumia-se a uma média das classificações obtidas nos testes. Felizmente, hoje em dia, a sua avaliação não é um acto estanque, engloba vários parâmetros, quer do domínio cognitivo (testes, projectos; desempenho, aptidões e capacidades; participação, empenho, interesse; iniciativa e criatividade), quer do atitudinal (pontualidade, respeito pelos outros, comportamento, organização) e passou a ser um acto contínuo permitindo ao aluno a construção e partilha de conhecimentos ao longo do processo ensino-aprendizagem.
No que diz respeito à avaliação das aprendizagens no ensino online, a sua abordagem é mais complexa do que a do ensino presencial, surgindo de imediato uma dúvida: será possível conhecer o aluno ao ponto de verificar a sua motivação, o seu interesse, o seu empenho, a sua construção de conhecimento e ainda avaliar a pertinência das suas mensagens (mensagens em fóruns, intervenções em chats, consulta de recursos, construção e-portefólio, resposta a questionários)?
Como refere Gomes (2009: 1679), isto só será viável se o aluno tiver um acompanhamento ao longo de todo o processo de aprendizagem, para assim, o professor elabora e um perfil do aluno e conseguir identificar e avaliar as suas diferentes realizações, colmatando a inexistência de presença física. Implementar uma avaliação mediadora que estimule, observe e registe as competências onde o aluno apresenta maiores dificuldades e sucessos, desta forma, reajustar a planificação das aprendizagens e promover actividades que motivem os alunos a reflectir-agir e assim, progredir nos seus conhecimentos; no ensino online o mais importante é a aprendizagem e não o produto/resultado. (Barreiro-Pinto & Silva, 2008: 34, 35).
A participação neste tipo de cursos online pode ter duas vertentes, o estudo isolado do indivíduo, centrado na disponibilização/utilização de conteúdos, nos resultados da avaliação das aprendizagens através de instrumentos (testes, questionários) disponibilizados em plataformas de gestão de aprendizagens (Learning Management Systems – LMS), tais como o Moodle. Ou centrados em processos de aprendizagem, nas competências adquiridas e recorrendo a participação em fóruns, chats, construção de portefólios, como instrumentos de avaliação. (Gomes 2009: 1682). Em ambos os casos, o professor tem acesso aos registos de participação do aluno, recursos aos quais acedeu entre outros, que podem ser uma forma de não descurar a motivação do aluno pelo curso e servir como elemento de avaliação.
São vários os instrumentos de avaliação de aprendizagens online, a questão é saber qual será o mais adequado para avaliar este tipo de ensino. Pensamos que se deve realizar uma conjugação de instrumentos a serem explicados aos alunos no início de cada curso e, em comum acordo professor/alunos, seleccioná-los conforme a tarefa a realizar e as competências a adquirir. Nesta reflexão será abordado o fórum como instrumento de avaliação.
Barreiro-Pinto & Silva (2008: 37) definem fóruns como “(…) grande arena de debate, negociação e construção coletiva que permitiram o acompanhamento e registro de cada componente e suas contribuições para a tarefa estipulada.”
A avaliação quantitativa dos fóruns, como o número de mensagens colocados pelo aluno, de intervenções nas participações dos colegas, de visitas ao fórum, são fáceis de avaliar caso o fórum faça parte de uma plataforma, pois esta disponibiliza esses números; a dificuldade está na avaliação qualitativa, ou seja, a pertinência/qualidade das intervenções. Como afirma Gomes (2009: 1686), existem plataformas que permitem a criação de sistemas de classificação, por parte do professor/aluno, das mensagens tendo em conta a tarefa e competências definidas, mas a análise dos conteúdos das mesmas continua a ser da competência do professor.
A participação em fóruns (assíncrona) é uma forma do aluno ter tempo para fundamentar as suas ideias, realizar as suas reflexões, partilhar e construir o seu conhecimento através, das intervenções dos colegas e do professor. Contudo, se o número de fóruns for excessivo, as participações de colegas/professor pouco frequentes e feedback pouco atempado, pode levar ao desinteresse dos seus intervenientes; por outro lado, a definição dos parâmetros (prazos de colocação de mensagens, número mínimo de intervenções por aluno, número mínimo de comentários a colegas) de avaliação dos fóruns no início do curso são fundamentais para a sua subsistência.
Outro aspecto a ter em conta é “a preocupação do professor/tutor em acompanhar detidamente as produções dos grupos, orientando o caminhar, oferecendo ajuda, sugerindo outras fontes de estudo a fim de favorecer a construção colectiva.” (Barreiro-Pinto & Silva, 2008: 37). Será necessário proceder a uma auto-avaliação do aluno, ao registo da sua participação/interacção no fórum de discussão, uso/troca de materiais para a construção da sua autonomia e impacto do processo utilizado para a construção de conhecimento; quanto ao professor, verificar a qualidade dos materiais disponibilizados, processo de tutoria (competências para motivar, interacções atempadas e de qualidade, orientação, partilha), como informam Paiva, Figueira, Brás & Sá (2004: 16, 45).
No entanto, o chat (síncrona) é o ideal para um brainstorm onde o professor se apercebe da compreensão imediata do tema por parte dos alunos; contudo, a realização de questionários para alunos com menos apetências de expressão escrita possibilitar-lhes-á mostrar a compreensão dos conteúdos. E-portefólios são locais de reflexão das aprendizagens do aluno, do desenvolvimento e construção das mesmas e com a análise da pertinência dos posts efectuados, dos vídeos consultados, dos comentários nos e-portefólios dos colegas de curso e das intervenções do professor, a mesma servirá de avaliação e o docente verificará a evolução no desenvolvimento das aprendizagens e ajudará o aluno na sua formação.
Neste tipo de ensino, professor e aluno terão de aprender a pensar, reflectir, criticar, partilhar para assim, construírem conhecimento.


Referências Bibliográficas
Gomes, M. J. (2009). Problemáticas da avaliação em educação online. In P. Dias & A.J. Osório (Org.). Actas da Conferência Internacional de TIC na Educação: Challenges 2009. Braga: Universidade do Minho, pp. 1675-1693; ISBN 978-972-98456-6-6. Disponível online em http://hdl.handle.net/1822/9420.

Barreiro-Pinto, I. A. & SILVA, M. (2008). Avaliação da aprendizagem na educação online: relato de pesquisa. Revista Educação, Formação & Tecnologias, vol.1, nº 2, pp. 32-39. Disponível online em http://eft.educom.pt/index.php/eft/article/viewFile/59/40. Acedido em 29 Janeiro 2011.

 Paiva, J.; Figueira, C.; Brás, C. & Sá, R. (2004). e-learning: O estado da arte. Disponível online em
http://carlosbras.no.sapo.pt/Sobre_mim__/Art_/e-learning_o_estado_da_arte.pdf. Acedido em 29 Janeiro 2011.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Teorias da Educação a Distância


Teoria da Industrialização
Segundo Otto Peters existem semelhanças entre o processo de produção industrial e o processo de educação a distância, afirmando que a EaD “é um produto da sociedade industrializada” e a divisão de tarefas do processo industrial aplica-se à educação, mas aqui as divisões das actividades do professor são realizadas por actores distintos. Acrescenta ainda que as “linhas de montagem” do processo industrial aplicam-se à EaD porque este está organizado por fases que são da responsabilidade de várias entidades (professores, tutores, administração). Outros aspectos do processo industrial como a “produção em massa” e o “planeamento” também são aplicados na EaD onde grandes quantidades de materiais educativos são produzidas por especialistas para serem transmitidas a inúmeros alunos, envolvendo grandes quantidades de investimentos iniciais. Mesmo com estas semelhanças Peters recusa afirmar que é um defensor da aplicação do processo industrial no processo da educação a distância.



Teoria da autonomia e independência

Foram vários os autores que defendem esta teoria:
Rudolf Manfred Delling - destaca a autonomia e independência do aluno, colocando em segundo plano o papel do professor e instituição, utiliza o termo “estudo a distância”.

Charles Wedemeyer – defende que a aprendizagem dos alunos é um processo natural, autónomo e independente e explica que no ensino tradicional professores e instituição impõem a dependência deste processo aos alunos.

Michael Moore – surge com um conceito novo, “Teoria da distância transacional”, que assenta em duas dimensões: no grau de autonomia atribuído ao aluno e na distância entre o professor e aluno.

Farhad Saba – Tem por base a teoria de Michael Moore e aparece com um novo conceito, “continuidade virtual”.

John Verduin e Thomas Clark – também tem por base a teoria de Michael Moore e tem por base 3 dimensões no que diz respeito ao contexto de aprendizagens: diálogo/suporte; estrutura/competência especializada; competência geral/autodeterminação.


Teorias da Interacção e Comunicação
Outra teoria que teve vários seguidores:
Borge Holmberg – propõe uma teoria de ensino a distância que parte do sentido de “pertença” e daí provem o crescimento da motivação no aluno.

David Sewart – defende o apoio que se deve dar ao aluno neste ensino a distância e à interacção que deve existir nos grupos/turmas.

John Daniel – explica que na EaD devem existir diversos tipos de actividades, quer individuais (independentes), quer de grupo (interactivas). Estas têm como finalidade a socialização e o feedback.

D. R. Garrison – refere que na EaD deve existir interdependência entre professor e aluno tendo por base o desenvolvimento tecnológico para esta interacção ser possível.

Desmond Keegan – este separa actos de ensino e actos de aprendizagem e defende a criação de ambientes de formação a distância b-learning.


Clica aqui e terás acesso a um quadro com estas e outras teorias da EaD. 


Referência bibliográfica
Gomes, M. J. (2004). Educação a Distância. Braga: Universidade do Minho – Centro de Investigação em Educação


Saibam mais visualizando esta apresentação criada por alunas da nossa professora Maria João Gomes.

sábado, 29 de janeiro de 2011

O papel da avaliação na aprendizagem presencial


Desde que nascemos somos inseridos num processo de avaliação que só terminará no fim dos nossos dias, é a forma que temos de evoluirmos e a possibilidade que a vida nos dá para mudar depois de errar. Mesmo assim, a avaliação sempre foi um assunto que me meteu medo, lembro-me do teste que tive de realizar para acabar a primeira classe na Venezuela e vir para Portugal, os ditados na primária que tinham como recompensa uma reguada por erro, os testes no ciclo e no liceu, o exame de condução, a PGA, os exames de entrada para a faculdade, os exames na faculdade, o meu primeiro emprego, a profissionalização em serviço, e agora o Mestrado.
Como professora tenho que confessar que a parte mais difícil e penosa é a avaliação, nessa semana acabo sempre por emagrecer, porque acho que podia ter feito melhor, mesmo depois de realizar a auto-avaliação e verificar que a avaliação, a maior parte das vezes, é superior às pedidas pelos alunos.
Por isso gostei de visualizar este vídeo, que mostra que avaliar é um processo contínuo, orientado, coerente, onde o aluno tem a possibilidade de evoluir, de errar e assim construir o seu próprio conhecimento; o professor tem a hipótese de alterar as suas metodologias, estratégias para conseguir levar a bom porto as suas práticas pedagógicas.
 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

RTP - NATIVOS DIGITAIS - Crianças: danos colaterais da máquina publicitária?

O novo programa lançado pela RTP, denominado "Nativos Digitais" coloca-nos a par da nova Sociedade de Informação que está a ser construída na Web.


RTP - NATIVOS DIGITAIS - Crianças: danos colaterais da máquina publicitária?

No Tenesse - Escola troca livros em papel pelo iPad



Gostei da ideia que vai ser implementada numa escola privada no Tennessee, nos Estados Unidos, o facto de substituírem os livros em papel por iPad, para evitar que os alunos vão para a escola carregados com 20 kg de livros de papel, é fantástico!!! Pena que a ideia não surgiu na altura que eu andava de mochila às costa e que usava o aparelho para ficar com a coluna mais direita ;)

Clica na imagem e lê o resto da notícia.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Conceitos e terminologias no domínio da Educação a Distância

Image: renjith krishnan / FreeDigitalPhotos.net
e suporte criado em http://www.glassgiant.com/


São várias as definições encontradas de cada uma destas formas de Educação a Distância, por isso, aqui fica uma pequena reflexão sobre as mesmas:
E-learning – Como refere Gomes (2005: 232) este é um dos modelos de formação a distância e está directamente relacionado à Internet e ao serviço WWW, através dos quais podemos aceder a uma panóplia de informações a partir de qualquer lugar e a qualquer hora, onde a rapidez com que se actualizam e publicam informações é de destacar; associados à possibilidade de existir intervenção e colaboração de aluno e professor na construção de saberes. Paiva, Figueira, Brás & Sá (2004:5) afirmam ainda que “(…) é caracterizado pela separação física entre o professor e o aluno e por um objectivo comum: disponibilizar um conjunto de recursos e técnicas a populações que desejem estudar em regime de auto-aprendizagem.”
Aprenda mais sobre o E-learning visualizando a aula virtual do professor “Zablidoido”, poderá descobrir onde surgiu, quais as suas potencialidades, a quem se dirige, as suas desvantagens, os pilares em que assenta este conceito e muito mais……..




B-learning – Este modelo de formação conjuga o ensino presencial e o online, onde “(…) determinadas unidades de ensino podem ser abordadas presencialmente e outras a distância ou, dentro de uma mesma unidade, certos componentes de uma mesma unidade podem ser explorados em sala de aula (ou laboratório) e outros  podem ser explorados a distância com base nos recursos da Internet/web.” (Gomes, 2005).
Ao visualizar este vídeo poderá descobrir o significado da letra B, tomar conhecimento das diferentes situações em que se pode trabalhar com este tipo de modalidade, encontrar as suas vantagens e desvantagens.


M-learning – modelo de formação A DISTÂNCIA mais recente, recorre a dispositivos móveis (ipad, telemóvel) associados à mobilidade, para se compreender melhor, os alunos podem aprender conteúdos de uma unidade de aprendizagem do seu curso/disciplina ao mesmo tempo que pedalam na sua bicicleta e ouvem a aula no seu MP3.
Saiba mais ao visualizar o diálogo entre estas duas pessoas, onde nos indicam sites para compreender este tipo de ensino, e nos ajudam a entender como é possível construir conhecimento através de uma simples mensagem electrónica. Neste tipo de ensino não é um telemóvel topo de gama que nos fará adquirir saberes, mas sim…..


Referências: 
Gomes, M. J. (2005). E-learning: reflexões em torno do conceito. In P. Dias & C. Freitas (Org.). Actas do Congresso Internacional sobre Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação. Braga, Centro de Competência da Universidade do Minho, pp. 229-236. Disponível em http://hdl.handle.net/1822/2896. Acedido em 22 Janeiro 2011. 


Paiva, J.; Figueira, C.; Brás, C. & Sá, R. (2004). e-learning: O estado da arte. Disponível online em
http://carlosbras.no.sapo.pt/Sobre_mim__/Art_/e-learning_o_estado_da_arte.pdf. Acedido em 29 Janeiro 2011.

Educação a Distância (EaD) na minha Escola

Imagem criada em www.fodey.com - Notícia escrita por Maria José Álvares ;)

Comentário ao texto "Na senda da evolução tecnológica na Educação a Distância"

Imagem criada em www.glassgiant.com


A escola onde leccionamos está a ser intervencionada pela Parque Escolar. Nesta fase são muitos os computadores, quadros interactivos, videoprojectores que estão a ser colocados nas novas salas; são a lufada de ar fresco que muitos docentes afirmam necessitar para inovar e tornar o ensino mais atractivo, motivador e interessante.
Tememos que seja um entusiasmo passageiro servindo o videoprojector para mostrar apresentações em powerpoint, de uma forma estática mantendo o método expositivo, ou então, recorrendo à Internet para mostrar vídeos ou outros conteúdos, não os usando para promover o trabalho colaborativo, demonstrando que a utilização da tecnologia na educação não assegura a construção de conhecimento nem significa inovação (Bettencourt-da-Cruz, 2006).
Relativamente à Educação a Distância (EaD) no nosso país, a sua implementação tem de ter em conta a abordagem pedagógica a realizar, o público que recorre a este tipo de ensino e os benefícios da sua utilização, devendo os aprendentes estar conscientes que esta é uma metodologia centrada na auto-aprendizagem, implicando responsabilidade pela organização do seu tempo de estudo, o que exige maturidade e a adopção de suportes tecnológicos adequados (hoje em dia baseadas na Internet). A diminuição de custos, a rapidez de acessos, a eficácia, a comunicação síncrona e assíncrona de resposta quase imediata, são aspectos importantes para o êxito do processo de aprendizagem.
As novas “gerações de EaD” não surgem para substituir as anteriores antes as complementam, coexistindo. Não existe nenhuma geração melhor que a outra, mas sim a mais adequada ao contexto em que a EaD será inserida, relacionada com os interesses dos formandos e o objectivo da formação. No ensino básico e secundário, a EaD terá de ser associada ao ensino presencial, porque os alunos não terão maturidade suficiente e podem perder motivação, sendo a presença física do professor fundamental para os orientar no seu estudo. Tendo presente as três dimensões onde as tecnologias e os serviços são essenciais neste processo EaD – “(i) na mediatização dos conteúdos pedagógicos; (ii) na mediatização da relação entre alunos/professores e entre aluno/aluno e (iii) na mediatização da interacção dos alunos com os serviços da instituição.” Gomes (2008, p.183) – faremos uma breve reflexão relativa a cada uma das gerações da EaD e a sua utilização nos dias de hoje, tendo por base os objectivos referidos habitualmente pelos alunos desta modalidade de ensino.
Na primeira geração, “ensino por correspondência”, a mediatização dos conteúdos efectuada em formato papel e a sua distribuição através de correio postal, implicava que a comunicação entre professor/aluno fosse escassa e assíncrona, fazendo com que o feedback resultasse retardado no tempo. Isto conduzia à perda de interesse do aluno, devido à demora em ver resolvidas as suas dúvidas, sendo uma formação muito demorada. Assim, neste momento, com a massificação da informação, não se justifica este tipo de ensino.
Com a segunda geração de EaD, marcada pelas transmissões directas ou gravadas de televisão ou rádio, surge o conceito de tutor – professor que tem a seu cargo diversos alunos inscritos no curso – e, através de conversas telefónicas eram possíveis as comunicações aluno/professor. Este tipo de formação poderá revelar-se eficaz se o aluno for autodidacta, conseguindo, só por ouvir uma gravação, dar continuidade ao estudo. Contudo, nesta modalidade, não é fácil a articulação entre distintas áreas temáticas.
A terceira geração do EaD foi marcada pela interactividade entre aluno e os recursos multimédia e pela comunicação não só professor/aluno mas também entre aluno/aluno. A facilidade de os alunos conseguirem interagir através de correio electrónico é de salientar, pois a partilha de saberes faz com que se construa conhecimento, deixando de ser uma aprendizagem isolada, existindo grupos que partilham interesses e saberes. A desvantagem continua a ser a comunicação assíncrona que, por vezes, não é tão rápida como se desejaria e por outro lado, os alunos poderem não estar interessados em partilhar conhecimento entre si.
Relativamente à quarta geração, designada por Gomes (2008, p.191) como “geração e-learning”, a existência das ferramentas Web 2.0 (blogues, wikis, webquest) promove a interacção entre todos, com feedback imediato, mas nem sempre bem conseguida. Nesta geração, em que todos podem e querem contribuir, acaba por faltar tempo para agrupar tanta informação por temas e interesses, multiplicando-se locais com as mesmas informações, de uma forma desorganizada, dificultando a distinção das fontes originais e pertinentes.
A geração seguinte, denominada de “mobile learning”, pode ser uma forma de educação adequada aos jovens que comunicam quase compulsivamente através de mensagens electrónicas, seguindo conversas paralelas muitas vezes inacabadas, onde o tempo e espaço não constituem entraves para a aquisição de novos conhecimentos, em ambientes marcados por intensa interacção.
Os “ambientes virtuais” são a característica da 6ª geração, constituindo o second life um dos exemplos. É aliciante a possibilidade de construir uma vida paralela, diferente da vida real, encarnando uma personagem e espaço, idealizados por cada indivíduo (avatar), onde podemos, entre outras funcionalidades, conversar através de chats, fóruns, e até por voz, com a hipótese de guardar apresentações. Ser multitarefa é o sonho de qualquer um – conseguir dedicar-se ao desporto, à política, ao ensino em simultâneo. Como refere Mattar (sd, p.7) “(…) o aprendiz convive na realidade virtual com a imagem da informação, podendo aliar a imagem a textos, sons e vídeos, refletir, questionar e fazer anotações, modificar o mundo ao seu redor e inclusive construir novos ambientes.”. As vantagens da comunicação síncrona, o feedback directo, a construção de conhecimento através da vivência de acontecimentos, são potencialidades que se destacam nos exemplos referidos por Pita (2008). Mais do que noutra geração de EaD, a organização pelo professor de situações de aprendizagem, inspiradas pelo modelo tradicional, restringe as potencialidades que estes tipos de ambientes deveriam criar. Como refere Bettencourt & Abade (2008, p.15), “A tendência de transposição de modelos de ensino pré-existentes para o mundo virtual da SL pode fazer perigar as potencialidades educativas desta e funcionar como um elemento redutor e estagnante das inovações que se antevêem na correcta exploração educativa da SL.”
Até que ponto as novas modalidades de EaD podem colocar em causa a manutenção do ensino presencial?

Referências Bibliográficas
Bettencourt-da-Cruz, T. (2006).  A Internet na Construção de Conhecimento Didáctico. Tese de Doutoramento, Universidade de Aveiro.
Bettencourt, T. & Abade, A. (2008, Janeiro-Dezembro). Mundos Virtuais de Aprendizagem e de Ensino – uma caracterização inicial. Revista Iberoamericana de Informática Educativa. 7/8, 3-16. Acedido em 13 Janeiro 2011, de http://161.67.140.29/iecom/index.php/IECom/article/viewFile/159/153
Gomes, M. (2008). Na senda da inovação tecnológica na Educação a Distância. Revista Portuguesa de Pedagogia. 42-2, 181-202. Acedido em 6 Janeiro 2011, de http://hdl.handle.net/1822/8073
Mattar, J. (sd). O uso do second life como ambiente virtual de aprendizagem. Acedido em 14 Janeiro 2011, de http://www.anped.org.br/reunioes/31ra/1trabalho/GT16-4711--Int.pdf
Pita, S. (2008). As Interacções no Second Life: a comunicação entre avatares. Prisma.com, 6, 3-18. Acedido em 15  Janeiro 2011, de http://prisma.cetac.up.pt/3_Interaccoes_no_Second_Live_Sara_Topete.pdf

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Portefólios e E-portefólios: o que são?

Image: tungphoto / FreeDigitalPhotos.net

Ouve-se falar nas escolas da sua criação, mas ninguém ao certo sabe o que são. Desde que se determinou, em Diário da República, no Despacho n.º 731/2009 de 7 de Julho, que os professores deveriam obter Certificação em Competências TIC de nível 1, 2 e 3, e que o nível 2 poderia ser obtido através da criação de um e-portefólio, como refere a alínea b) do nº 2 do Artigo 9: —“b) Certificação na sequência da avaliação positiva de portefólio digital que ateste a aprendizagem no domínio pedagógico das TIC, (…) — que muitos professores procuram saber em que consistem, como se criam, como vão ser avaliados e em especial, para que servem os portefólios e os e-portefólios.
A construção de portefólios pode servir para diversos fins, e desempenhar várias funções, no “(…)contexto educacional, o desenvolvimento de portefólios pode constituir uma estratégia de promoção de aprendizagens, um registo de desenvolvimento pessoal e/ou profissional, um instrumento de avaliação académica dos alunos ou de desempenho profissional dos professores, entre outras (…).” (Gomes & Alves, 2004, p. 3).
Se a sua utilização for encarada como um instrumento de aprendizagem e avaliação, “(…) terá que ser entendida não como controlo, exterior, levada a cabo por peritos externos ao processo, mas como uma dimensão que privilegia a tomada de decisões contribuindo para o progresso e para o desenvolvimento de projectos/cursos(…)” (Gomes, Silva & Silva, 2004, p.2). Deverá conter produções do autor que evidenciem essas aprendizagens, assim como resumos descritivos das fases de produção associadas a imagens, a vídeos pertinentes, e das competências desenvolvidas com a sua criação, para, desta forma, o autor reflectir sobre a sua aprendizagem (metacognição) e melhorar as suas práticas (auto-avaliação).
   A construção de um e-portefólio terá mais vantagens, porque possibilitará a sua consulta em qualquer parte, permitindo a inserção de links para outros trabalhos criados pelo autor. Assim, quem o consulta ficará mais elucidados sobre estratégias e metodologias de ensino utilizadas. Outra vantagem da sua criação on-line é o facto de existir interacção entre pessoas que têm acesso ao e-portefólio, contribuindo e partilhando ideias e reflexões.
Deixo um powerpoint elaborado pelo Centro de Competência em TIC da Escola Superior de Educação de Santarém, sobre portefólios e e-portefólios.



 Portaria n.º 731/2009. Diário da República Série I n.º 129,  de 2009-07-07

Gomes, M. & Alves, A. (2010, Julho). Potencial educativo dos E-Portefólios. E-Curriculum, v.5, n.2, pp. 1-12. Acedido em 14 Janeiro 2011, de http://hdl.handle.net/1822/10922

Gomes M., Silva B. & Silva A. (2004). Avaliação de cursos em e-learning. In Actas da Conferência e-elearning no ensino superior. eLES : eLearning no Ensino Superior, Aveiro: Universidade de Aveiro. Acedido em 16 Janeiro 2011, de http://hdl.handle.net/1822/665

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Twitter chega à sala de aula


E que tal usar o Twitter na sala de aula para aprender a escrever pequenas histórias…..
Se estiveres curioso verifica o que andaram a fazer uns alunos no Colégio Hugo Sarmento, em São Paulo.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Potencialidades de 25 ferramentas Web 2.0

Hoje em dia manter um emprego é difícil, a concorrência é feroz e por vezes, desleal. Na educação os professores têm de ser multitarefa e neste momento são professores, daqui a pouco psicólogos, assistentes sociais, secretários, correctores de testes, entre uma infinidade de actividades que estão associadas ao papel de professor. Caso te sintas um pouco desorganizado, que tal clicar aqui e encontraras 25 aplicações de ferramentas Web 2.0, que te ajudarão na tua organização de tarefas, preparação de aulas com novos materiais, entre outros.
Continuação de bom trabalho!!!! 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

As minhas expectativas…..


Como sou professora do grupo de Informática e as inovações nesta área surgem a um ritmo alucinante, pensei que passados 7 anos de ter realizado a profissionalização em serviço estava na hora de realizar uma nova reciclagem pessoal porque ser auto didacta não estava a ser suficiente para responder às minhas dúvidas.

Cá estou eu, novamente na faculdade, desta vez na Universidade do Minho. Estava coberta de razão! Lá por ter ao meu dispor em contexto sala de aula de 17 a 23 pcs com acesso à Internet não andava a rentabilizar ao máximo as potencialidades no que se refere às ferramentas Web 2.0. Com grande tristeza minha, muitas vezes as utilizo e encaro como repositórios de informação, facilmente acessível para dar resposta aos problemas dos alunos e até dos meus.
Pensava que ao realizar trabalhos de interdisciplinaridade utilizando as TIC e sendo uma adepta da plataforma moodle http://elearning-laranjeira.net dentro e fora da sala de aula, já era considerada aprendizagem colaborativa e ensino a distância. Como estava enganada! Comparando com esta professora do vídeo porventura estarei um pouco mais à frente. Estarei mesmo?