sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Até um dia destes.......

Vou tentar colocar nesta mensagem, com muitas ou poucas palavras o que senti desde a notícia transmitida pela professora Maria João Gomes sobre a criação de um blogue até hoje, dia do seu encerramento.
Estava eu na primeira aula de Educação a Distância e e-Learning, onde a professora nos dava a conhecer o programa da unidade curricular e como iriamos ser avaliados à mesma, quando reparei no tópico “Elaboração de um e-portofólio individual”. Um Blogue, pensei logo, Meu Deus, vou ter de criar um! Logo eu, que sempre fui contra eles!!!! Virei-me para a Ana e em pânico pedi-lhe que em duas pinceladas me explicasse para que serviam e como se criavam. Gentilmente, criou-me o meu primeiro blogue, que baptizei com o nome “Inova Ensinando a Distância”. E explicou-me, mostrando-me o que ela criara para partilhar conteúdos e ideias com os seus alunos. Apercebi-me que os miúdos comentam e gostam de visitar o blogue, coisa que eu não fazia ideia.
Mais tarde em casa, comecei à procura de blogues. Bem! Existem sobre tudo e todos, tendo, cada um deles, seguidores sedentos de novas postagens. Até me ri! Como andava à margem desta ferramenta e que ideia errada fazia dela.
A fase seguinte ao nascimento é ver a criança tornar-se adulta, neste caso, ver o meu blogue crescer. Para isso tinha de colocar mensagens. E como o fazer? A primeira notícia foi colocada no início de Janeiro. Não posso afirmar que foi tudo falta de tempo, foi mesmo falta de coragem para o fazer. E foi a razão principal para não abrir o blogue a todos os leitores. Assim, se escrevesse algo errado só o meu grupo e a professora veriam. Hoje acho que fiz mal, porque não tive feedback dos outros colegas de mestrado e por essa razão também não tive coragem de lhes fazer comentários e sou sincera, só os comecei a ver na última semana de aulas. Mas fiz alguns comentários, nos dos colegas de grupo. Diverti-me imenso a ler algumas mensagens, desde a experiência do Armando Damião com as gerações de EaD, que me fez pensar imenso na tele escola, que agora confesso que sei o que é e em que consistiu, porque quando era pequena, no meu prédio, vivia uma professora primária, que durante alguns anos deu aulas na tele escola. E agora é que se vão rir: eu pensava que ela era famosa, porque trabalhava na televisão e dava aulas através da televisão para meninos que moravam longe. Que totó que eu era, afinal a minha vizinha não era famosa, simplesmente tomava conta dos miúdos enquanto ouviam e viam a aula e depois orientava-os nas suas tarefas.
Depois do nascimento, a minha criança tinha de ser alimentada, não bastava colocar a mensagem de início, tinha de ter mais coisas, um fundo adequado, que demorei horas a acertar e mesmo assim tenho um colega de grupo que não gosta muito dele, mini aplicações com os blogues dos meus colegas de grupo e esta semana, com os blogues dos colegas de turma, vídeos, links, imagens, entre outros. Esta parte foi divertida, partilhar sites de criação de imagens, sites com imagens gratuitas, que para as usarmos só tínhamos de fazer referência aos seus autores, sites para criar bandas desenhadas, morphs, blogues, wikis, webquests, jogos didácticos online e uma infinidade de coisas que me estão a passar em rodapé na cabeça. Foram muitas horas em frente ao teclado, a explicar e a explicarem-me como colocar isto no blogue, como apagar algo que fizemos errado, as tentativas frustradas de gravação das vozes para o nosso videocast, as gargalhadas ouvidas com os resultados, as horas a criar o trabalho perfeito e a curiosidade de ver o produto final, o incentivo que todos davam uns aos outros quando não tínhamos ideias ou não sabíamos o que fazer, as bandas desenhadas criadas online, a escolha das personagens. Isto não se esquece, a partilha de saberes e a construção de conhecimento que consegui realizar com os meus colegas de grupo é imensurável. Com eles tenho vivido uma verdadeira aprendizagem cooperativa e colaborativa. Tantas horas no skype, inumeras mensagens no googledocs, sem contar com os mails, sms, como a professora Maria João referiu na última aula. Tenho a certeza que estes colegas vão ficar no meu coração e serei uma seguidora das suas vidas, porque são e quero que continuem a ser meus amigos.
Aprendi muito sobre educação a distância. Ponderei bastante sobre o que li, adorei a última aula. Visualizar a criatividade e empenho demonstrado pelos meus colegas de mestrado nos temas que escolheram para trabalho de grupo, foi de louvar, desde as bandas desenhadas, o voki, os MovieMakers, a estação de rádio, o mapa mental, com tudo aprendi.
Nesta unidade curricular só fiquei triste com o pouco feedback realizado pela professora Maria João Gomes. Foi pena a professora ter tido tanto trabalho e não ter conseguido comentar os blogues à medida que eles foram amadurecendo, porque muitas vezes me senti desmotivada e pensei em não colocar mais nenhuma mensagem, visto que a professora não ia ler. Mas, até aí aprendi uma lição. Apercebi-me daquilo que os meus alunos pensam quando não lhes respondo aos mails que eles me enviam através da plataforma e respondo-lhes presencialmente, pensando eu que estou a proceder da melhor maneira e afinal, o que eles queriam era só uma confirmação da recepção da mensagem, um simples incentivo.
Para terminar, deixo-vos com um vídeo que visualizo quando estou em baixo. A mim transmite-me que, mesmo a fazer figuras tristes, temos os amigos para estarem ali connosco. Com eles aprendemos, partilhamos, mesmo longe sabemos que eles estão presentes, como no ensino a distância.
Agora é mesmo para concluir. Se fossemos a medir a minha primeira mensagem com esta via-se logo o quanto eu cresci. Deixo-vos com um PowerPoint que o Armando Damião me enviou que penso que explica um pouco o que em todo o tipo de ensino temos de ter: alguém que nos apoie, que nos acompanhe, nos ajude. Sejam Gansos e um bem haja para todos.
Beijos, até um dia destes, Zé
O Voo do Ganso

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ciclo de Colaboração de Dan Pontefract


Este ciclo tem como base 4 Princípios – CARE:
Contínua – a colaboração deve ser contínua e ocorrer com frequência equivalente ao nosso empenho, que deve ir crescendo.

Autêntico – sempre que se colabora deve-se fazê-lo de uma forma honesta.

Receptivo – colaborar significa estar receptivo às ideias dos outros e reflectir antes de transmitir a nossa opinião.

Enriquecer – numa aprendizagem colaborativa vamos construir conhecimento e enriquecemo-nos ao mesmo tempo.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Modelo ACTIONS de Tony Bates


Se quiseres saber mais, vê este filme do Youtube


Novo Acordo Ortográfico

Sabiam que a partir do próximo ano lectivo teremos de utilizar o novo acordo ortográfico nas nossas Escolas? Tudo o que apresentarmos aos alunos ou eles a nós, terá de estar redigido mediante o novo acordo ortográfico?

Por isso, deixo-vos aqui um PowerPoint com algumas das alterações, um PDF com outras e um link de um conversor automático, totalmente gratuito, desenvolvido pelo "Instituto de Linguística Teórica e Computacional" e anunciado pela própria Ministra da Cultura, denominado Lince.

QWIKI - novo conceito de WIKI

Deixo-vos aqui o exemplo de um novo conceito de WIKI, como explica um dos seus criadores, “A Informação é uma experiência que vou conseguir ver”. E com esta QWIKI, isso é possível, se pedires informações sobre uma cidade, um animal, uma pessoa, um restaurante, terás acesso à mesma, não sendo no entanto gerada pelo homem, mas pela máquina. Conseguirás interagir com a plataforma desta QWIKI e até quem sabe acordar com o seu despertar, informando-te da temperatura que faz lá fora, o dia da semana, avisando-te dos teus compromissos do dia e muito mais….
Não acreditas? Regista-te e faz como eu, procurei a minha cidade, Espinho e a “menina” começou a falar-me dela, incrível.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Evolução tecnológica e modelos de educação a distância: Do ensino por correspondência ao mobile learning

Trabalho de grupo: Ana Luísa Curto; Armando Damião Alves; Armando Lino Lopes; Maria José Álvares e Paula Cristina Melo
A associação entre a tecnologia e a educação é uma realidade há muito estabelecida, quer no contexto do ensino presencial quer no do ensino a distância, implicando alterações mais ou menos profundas nos modos como se ensina e aprende.
Com a evolução tecnológica e o novo paradigma da Web 2.0, o sistema educativo foi confrontado com a necessidade de inovar as suas abordagens pedagógicas, tanto ao nível do ensino presencial como ao nível do ensino a distância. Neste contexto de mudanças tecnológicas, o ensino a distância foi progressivamente ajustando as formas de produção e distribuição de materiais didácticos, com implicações nas metodologias de ensino-aprendizagem e nos processos de interacção.
Olhando agora com um pouco mais de atenção para o nosso país, e centrando-nos particularmente na área da educação, temos vivido profundas transformações. Fazendo uma retrospectiva da EaD verifica-se que ela existe desde tempos mais antigos atravessando uma constante evolução até aos dias de hoje. Reconhece-se, sem dúvida, que as tecnologias e o seu potencial são elementos determinantes para a viabilidade e o sucesso da EaD ao possibilitar a mediatização em termos dos conteúdos pedagógicos e a interacção alunos/professores, aluno/aluno e alunos/instituição (Gomes, 2008). O facto de existirem diferentes, e cada vez mais eficazes, formas de publicar, comunicar e colaborar dão origem a uma diversificação de modelos EaD.
Na primeira geração, “ensino por correspondência”, a mediatização dos conteúdos efectuada em formato papel e a sua distribuição através de correio postal, implicava que a comunicação entre professor/aluno fosse escassa e assíncrona, fazendo com que o feedback resultasse retardado no tempo. Isto conduzia à perda de interesse do aluno, devido à demora em ver resolvidas as suas dúvida. Assim, neste momento, com a massificação da informação, não se justifica este tipo de ensino.

Nos sistemas de segunda geração, o ensino a distância disponibilizava uma multiplicidade de suportes, destacando-se o audiovisual, como complemento à linguagem escrita. A televisão e a rádio passaram a ser os principais veículos de transmissão de conteúdos pedagógicos destacando-se, em Portugal, a criação da Telescola em contexto de educação formal.
Esta foi de extrema importância para a escolarização em massa de grande parte da população, colmatando a falha de formação de professores e da rede escolar que se concentrava, sobretudo, nas capitais de distrito. Apesar da modalidade síncrona de formação através das emissões radiofónicas e televisivas, com recurso a um professor tutor, a interactividade aluno-professor e aluno-aluno eram pouco frequentes. Paralelamente, verificou-se uma crescente produção e distribuição de materiais didácticos cada vez mais diversificados e que integraram os dispositivos da primeira geração numa abordagem multimédia (videogramas e audiogramas).
A terceira geração do EaD foi marcada pela interactividade entre aluno e os recursos multimédia e pela comunicação não só professor/aluno mas também entre aluno/aluno. A facilidade de os alunos conseguirem interagir através de correio electrónico é de salientar, pois a partilha de saberes promove a construção de conhecimento, deixando de ser uma aprendizagem isolada, existindo grupos que partilham interesses e saberes. A desvantagem continuou a ser a comunicação assíncrona, por vezes não tão rápida como se desejaria e ainda o facto de os alunos poderem não estar interessados em partilhar conhecimento entre si.
Na quarta geração, também designada de e-learning, os processos cognitivos dos alunos e os processos de comunicação alteraram-se de forma significativa, graças ao uso generalizado da Internet. Se numa primeira fase a Internet preconizava uma série de serviços com o principal atributo de disponibilizar um manancial de informação e conhecimento a qualquer utilizador – a Web 1.0 – numa segunda fase, esta veio possibilitar aos utilizadores produzirem e partilharem conteúdos – a Web 2.0 – através de ferramentas de edição on-line, como os blogues, wikis e podcasts. Esta nova interactividade permitiu gerar ambientes virtuais de aprendizagem colaborativa, os Learning Management System (LMS), com dispositivos para a gestão, monitorização e avaliação on-line, como o Blackboard e o Moodle.

Os conteúdos pedagógicos, mais apelativos e de acordo com as expectativas dos alunos, permitiram uma maior interactividade, não só aluno-professor, como também aluno-aluno, de forma síncrona e/ou assíncrona. Nestas comunidades on-line, a aprendizagem é contextualizada e o conhecimento pode ser mais facilmente partilhado potenciando, nos indivíduos, o sentido de autonomia e responsabilidade.

Com a generalização do uso dos telemóveis, as potencialidades técnicas dos mesmos fez nascer os chamados "nativos digitais", a geração do mobile-learning, onde professores e alunos passaram a poder estar numa situação de permanente conectividade, onde quer que estivejam, deixando o espaço físico de ser uma condicionante. Esta quinta geração pode ser uma forma de educação adequada aos jovens que comunicam, quase compulsivamente, através de mensagens electrónicas, seguindo conversas paralelas muitas vezes inacabadas, onde o tempo e espaço não constituem entraves para a aquisição de novos conhecimentos, em ambientes marcados por intensa interacção.

Os “ambientes virtuais” são a característica da 6ª geração, constituindo o second life um dos exemplos. É aliciante a possibilidade de construir uma vida paralela, diferente da vida real, encarnando uma personagem num espaço espaço imaginário, idealizados por cada indivíduo (avatar), onde podemos, entre outras funcionalidades, conversar através de chats, fóruns, e até por voz, com a hipótese de guardar apresentações. Ser multitarefa é o sonho de qualquer um – conseguir dedicar-se ao desporto, à política, ao ensino em simultâneo.

Como refere Mattar (sd, p.7) “(…) o aprendiz convive na realidade virtual com a imagem da informação, podendo aliar a imagem a textos, sons e vídeos, reflectir, questionar e fazer anotações, modificar o mundo ao seu redor e inclusive construir novos ambientes.”. As vantagens da comunicação síncrona, o feedback directo, a construção de conhecimento através da vivência de acontecimentos, são potencialidades que se destacam nos exemplos referidos por Pita (2008). Mais do que noutra geração de EaD, a organização pelo professor de situações de aprendizagem, inspiradas pelo modelo tradicional, restringe as potencialidades que estes tipos de ambientes deveriam criar.
Pela particularidade de cada uma das diferentes gerações da EaD, estas não se substituem umas às outras mas complementam-se. Dependendo dos destinatários, das infra-estruturas e tecnologias disponíveis todas elas têm a sua função e lugar na EaD. As várias gerações da EaD estão presentes, muitas vezes, em articulação e em diferentes contextos a nível mundial, nacional, económico, político, social, cultural e tecnológico o que justifica a existência de todas as gerações (Gomes, 2008).
As tecnologias são manifestamente essenciais para o aprofundamento do EaD como meio de proporcionar oportunidades de formação académica e /ou profissional independentemente da hora e do lugar ultrapassando barreiras como distância, isolamento, horários laborais entre outras.
Em jeito de conclusão, são visíveis as vantagens que o EaD pode usufruir do desenvolvimento das novas tecnologias, possibilitando o acesso à educação a um elevado número de pessoas e criando condições de sustentabilidade e rentabilidade para as instituições de ensino que fizerem do mesmo um factor crítico de sucesso.
Entre nós, o facto do EaD ainda não ser uma realidade institucionalmente assente, estando ainda numa fase de crescimento, longe da maturação, pode até ser uma vantagem pois a sua coexistência com outras realidades, permitir-lhe-á crescer de forma mais sustentada, dando melhor resposta às necessidades de todos os actores envolvidos.


Referências
Gomes, M. (2008). Na senda da inovação tecnológica na Educação a Distância. Revista Portuguesa de Pedagogia. 42-2, 181-202. Acedido em 6 Janeiro 2011, de http://hdl.handle.net/1822/8073
Mattar, J. (sd). O uso do second life como ambiente virtual de aprendizagem. Acedido em 14 Janeiro 2011, de http://www.anped.org.br/reunioes/31ra/1trabalho/GT16-4711--Int.pdf
Pita, S. (2008). As Interacções no Second Life: a comunicação entre avatares. Prisma.com, 6, 3-18. Acedido em 15 Janeiro 2011, de http://prisma.cetac.up.pt/3_Interaccoes_no_Second_Live_Sara_Topete.pdf

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Um comentário ao texto "Reflexões sobre a adopção institucional do e-learning: Novos desafios, novas oportunidades"

Image: jscreationzs / FreeDigitalPhotos.net

Será que as escolas básicas e secundárias estão preparadas para adoptar alguma das modalidades de ensino a distância (e-learning, b-learning) no seu processo de ensino-aprendizagem?
Nos dias que correm os meios tecnológicos para as colocar em prática já não são, na maioria das escolas, um entrave. Contudo ainda falta o mais difícil, a mudança de atitudes e práticas quer dos professores, quer dos alunos e principalmente das direcções das instituições (escolas). Como nos refere Gomes (2008) o primeiro contacto com este tipo de ensino é quase sempre encarado com agrado e a maior parte sem o conhecimento das instituições, mas depressa a novidade acaba e as pessoas voltam às suas rotinas habituais, faltando o principal, o incentivo das entidades superiores para a implementação e sobrevivência deste tipo de ensino. Em relação aos professores, eles são como os alunos, precisam de motivação para encararem este tipo de ensino como uma mais-valia para o sucesso dos seus alunos.
O ensino a distância tem as suas vantagens, desde o baixo custo (se considerarmos o preço de aquisição de um computador e de acesso à Internet acessível), a flexibilidade que o aluno tem em acompanhar as aulas, frequentar diversas disciplinas em simultâneo, a disponibilidade de material, encontrar o seu próprio ritmo de aprendizagem. Com estas e outras vantagens porque será que encontramos tanta relutância em mudar?
Centralizando-me mais no ensino básico e secundário, encontramos algumas razões para tal comportamento, desde a falta de tempo que os professores tanto gostam de referir, por diversas razões, falta de tempo para aprender a manusear uma plataforma; falta de tempo para encontrar material pertinente e coloca-lo na plataforma; falta de tempo para responder às dúvidas dos alunos; falta de tempo para organizar chats de discussão, fóruns, questionário; falta de tempo até do próprio tempo. Colocando este factor de lado, considero importante a falta de maturidade dos alunos para organizarem o seu estudo e estruturarem a sua auto-aprendizagem, que neste tipo de ensino é fundamental. Aqui o professor terá um papel mais de tutor do que mediador, o apoio que terá de dar aos alunos para estes não desmotivarem será fundamental e a modalidade aceitável para estas fachas etárias será o b-learning.
Na escola onde sou professora todos os professores têm acesso à plataforma moodle. O contacto com este tipo de ensino já foi explicado, demonstrado, e cada vez mais tenho adeptos desta prática, digo tenho, porque sou uma das administradoras da plataforma e estão inscritos mais de mil utilizadores, entre professores e alunos, e existem mais de 50 disciplinas criadas. Temos algo importante, o apoio da direcção. Mesmo com as obras, com a falta de Internet, com as falhas do servidor, com os computadores a avariar constantemente devido à humidade sentida nos contentores, continuam a interessar-se pelos adeptos desta modalidade. Por estas razões temos a plataforma alojada num servidor que não o do Ministério da Educação. A utilização da mesma não é a mais correcta, ou seja, usam-na mais como repositório de informação de fichas e documentos extras, mas já existem vários professores que utilizam os fóruns, chats, questionários, entrega de trabalhos, diário de bordo, entre outros. Aqueles que a usam à mais de um ano já descobriram que podem realizar cópias de segurança das suas disciplinas e inseri-las em plataformas de outras escolas, podem utilizá-las e realizar a sua manutenção, tendo a vantagem de aceder aos trabalhos dos alunos sempre que desejarem e de qualquer parte do mundo. Lentamente os professores e alunos vão-se apercebendo das potencialidades deste ensino, e daí a procura de compreensão da sua dinâmica. Outro aspecto é o facto de neste momento estar a decorrer uma acção de formação para professores em formato b-learning.  Serem alunos e sentirem quando o professor não coloca nada na disciplina, não lhes dá feedback, não participam nos fóruns.
O EaD, mesmo no básico e secundário, é o ideal para acompanhar alunos com problemas de diversa ordem na deslocação para a escola: doenças prolongadas ou não, dificuldades de deslocação, entre outros. Falo isto por experiência própria. Já utilizei a plataforma para leccionar um módulo a uma aluna em recuperação de uma cirurgia e os resultados foram excelentes, e não só, foi uma forma da aluno se distrair em casa, porque estava sempre à espera do que eu lhe ia propor para o dia seguinte.
Como conclusão, apercebo-me que ainda estamos na ponta do iceberg e temos um longo caminho a percorrer. Gostaria que os professores se unissem e criassem materiais pertinentes e depois os partilhassem com os restantes colegas de grupo. Acabar com a duplicação de material e com a ocupação desnecessária de espaço nas plataformas.

Referências:
 Gomes, M.J., (2008). Reflexões sobre a adopção institucional do e-learning: Novos desafios, novas oportunidades. Revista E-Curriculum, v. 3, n. 2, Junho de 2008

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Será que sabes tudo sobre Segurança na Internet?

www.seguranet.pt 

Como a semana da SeguraNet está próxima (7 a 13 de Fevereiro) e o dia da Internet Segura também (8 de Fevereiro) deixo-vos aqui uma disciplina criada por mim na plataforma moodle da escola onde lecciono. Podem aceder sem estarem registados na mesma, para visualizarem filmes, documentos, encontrar resposta às vossas perguntas e muito mais. E quando não tiverem actividades para realizar nas vossas aulas de Formação Cívica, Área Projecto, porque não falar sobre este tema tão basto e pertinente!!!

Para acederem à plataforma basta escrever http://elearning-laranjeira.net, quase no fim da página encontram a categoria ÁREA DE COORDENAÇÃO TIC e dentro desta uma disciplina denominada SEGURANÇA NA INTERNET e é só explorar….

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Avaliacao Em Contexto Online Perspectivas

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Problemática da avaliação online

Image: Boaz Yiftach http://www.freedigitalphotos.net/images/view_photog.php?photogid=1408


Durante muitos anos, a avaliação das aprendizagens dos alunos em regime presencial adquiridas ao longo do ano, semestre, período resumia-se a uma média das classificações obtidas nos testes. Felizmente, hoje em dia, a sua avaliação não é um acto estanque, engloba vários parâmetros, quer do domínio cognitivo (testes, projectos; desempenho, aptidões e capacidades; participação, empenho, interesse; iniciativa e criatividade), quer do atitudinal (pontualidade, respeito pelos outros, comportamento, organização) e passou a ser um acto contínuo permitindo ao aluno a construção e partilha de conhecimentos ao longo do processo ensino-aprendizagem.
No que diz respeito à avaliação das aprendizagens no ensino online, a sua abordagem é mais complexa do que a do ensino presencial, surgindo de imediato uma dúvida: será possível conhecer o aluno ao ponto de verificar a sua motivação, o seu interesse, o seu empenho, a sua construção de conhecimento e ainda avaliar a pertinência das suas mensagens (mensagens em fóruns, intervenções em chats, consulta de recursos, construção e-portefólio, resposta a questionários)?
Como refere Gomes (2009: 1679), isto só será viável se o aluno tiver um acompanhamento ao longo de todo o processo de aprendizagem, para assim, o professor elabora e um perfil do aluno e conseguir identificar e avaliar as suas diferentes realizações, colmatando a inexistência de presença física. Implementar uma avaliação mediadora que estimule, observe e registe as competências onde o aluno apresenta maiores dificuldades e sucessos, desta forma, reajustar a planificação das aprendizagens e promover actividades que motivem os alunos a reflectir-agir e assim, progredir nos seus conhecimentos; no ensino online o mais importante é a aprendizagem e não o produto/resultado. (Barreiro-Pinto & Silva, 2008: 34, 35).
A participação neste tipo de cursos online pode ter duas vertentes, o estudo isolado do indivíduo, centrado na disponibilização/utilização de conteúdos, nos resultados da avaliação das aprendizagens através de instrumentos (testes, questionários) disponibilizados em plataformas de gestão de aprendizagens (Learning Management Systems – LMS), tais como o Moodle. Ou centrados em processos de aprendizagem, nas competências adquiridas e recorrendo a participação em fóruns, chats, construção de portefólios, como instrumentos de avaliação. (Gomes 2009: 1682). Em ambos os casos, o professor tem acesso aos registos de participação do aluno, recursos aos quais acedeu entre outros, que podem ser uma forma de não descurar a motivação do aluno pelo curso e servir como elemento de avaliação.
São vários os instrumentos de avaliação de aprendizagens online, a questão é saber qual será o mais adequado para avaliar este tipo de ensino. Pensamos que se deve realizar uma conjugação de instrumentos a serem explicados aos alunos no início de cada curso e, em comum acordo professor/alunos, seleccioná-los conforme a tarefa a realizar e as competências a adquirir. Nesta reflexão será abordado o fórum como instrumento de avaliação.
Barreiro-Pinto & Silva (2008: 37) definem fóruns como “(…) grande arena de debate, negociação e construção coletiva que permitiram o acompanhamento e registro de cada componente e suas contribuições para a tarefa estipulada.”
A avaliação quantitativa dos fóruns, como o número de mensagens colocados pelo aluno, de intervenções nas participações dos colegas, de visitas ao fórum, são fáceis de avaliar caso o fórum faça parte de uma plataforma, pois esta disponibiliza esses números; a dificuldade está na avaliação qualitativa, ou seja, a pertinência/qualidade das intervenções. Como afirma Gomes (2009: 1686), existem plataformas que permitem a criação de sistemas de classificação, por parte do professor/aluno, das mensagens tendo em conta a tarefa e competências definidas, mas a análise dos conteúdos das mesmas continua a ser da competência do professor.
A participação em fóruns (assíncrona) é uma forma do aluno ter tempo para fundamentar as suas ideias, realizar as suas reflexões, partilhar e construir o seu conhecimento através, das intervenções dos colegas e do professor. Contudo, se o número de fóruns for excessivo, as participações de colegas/professor pouco frequentes e feedback pouco atempado, pode levar ao desinteresse dos seus intervenientes; por outro lado, a definição dos parâmetros (prazos de colocação de mensagens, número mínimo de intervenções por aluno, número mínimo de comentários a colegas) de avaliação dos fóruns no início do curso são fundamentais para a sua subsistência.
Outro aspecto a ter em conta é “a preocupação do professor/tutor em acompanhar detidamente as produções dos grupos, orientando o caminhar, oferecendo ajuda, sugerindo outras fontes de estudo a fim de favorecer a construção colectiva.” (Barreiro-Pinto & Silva, 2008: 37). Será necessário proceder a uma auto-avaliação do aluno, ao registo da sua participação/interacção no fórum de discussão, uso/troca de materiais para a construção da sua autonomia e impacto do processo utilizado para a construção de conhecimento; quanto ao professor, verificar a qualidade dos materiais disponibilizados, processo de tutoria (competências para motivar, interacções atempadas e de qualidade, orientação, partilha), como informam Paiva, Figueira, Brás & Sá (2004: 16, 45).
No entanto, o chat (síncrona) é o ideal para um brainstorm onde o professor se apercebe da compreensão imediata do tema por parte dos alunos; contudo, a realização de questionários para alunos com menos apetências de expressão escrita possibilitar-lhes-á mostrar a compreensão dos conteúdos. E-portefólios são locais de reflexão das aprendizagens do aluno, do desenvolvimento e construção das mesmas e com a análise da pertinência dos posts efectuados, dos vídeos consultados, dos comentários nos e-portefólios dos colegas de curso e das intervenções do professor, a mesma servirá de avaliação e o docente verificará a evolução no desenvolvimento das aprendizagens e ajudará o aluno na sua formação.
Neste tipo de ensino, professor e aluno terão de aprender a pensar, reflectir, criticar, partilhar para assim, construírem conhecimento.


Referências Bibliográficas
Gomes, M. J. (2009). Problemáticas da avaliação em educação online. In P. Dias & A.J. Osório (Org.). Actas da Conferência Internacional de TIC na Educação: Challenges 2009. Braga: Universidade do Minho, pp. 1675-1693; ISBN 978-972-98456-6-6. Disponível online em http://hdl.handle.net/1822/9420.

Barreiro-Pinto, I. A. & SILVA, M. (2008). Avaliação da aprendizagem na educação online: relato de pesquisa. Revista Educação, Formação & Tecnologias, vol.1, nº 2, pp. 32-39. Disponível online em http://eft.educom.pt/index.php/eft/article/viewFile/59/40. Acedido em 29 Janeiro 2011.

 Paiva, J.; Figueira, C.; Brás, C. & Sá, R. (2004). e-learning: O estado da arte. Disponível online em
http://carlosbras.no.sapo.pt/Sobre_mim__/Art_/e-learning_o_estado_da_arte.pdf. Acedido em 29 Janeiro 2011.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Teorias da Educação a Distância


Teoria da Industrialização
Segundo Otto Peters existem semelhanças entre o processo de produção industrial e o processo de educação a distância, afirmando que a EaD “é um produto da sociedade industrializada” e a divisão de tarefas do processo industrial aplica-se à educação, mas aqui as divisões das actividades do professor são realizadas por actores distintos. Acrescenta ainda que as “linhas de montagem” do processo industrial aplicam-se à EaD porque este está organizado por fases que são da responsabilidade de várias entidades (professores, tutores, administração). Outros aspectos do processo industrial como a “produção em massa” e o “planeamento” também são aplicados na EaD onde grandes quantidades de materiais educativos são produzidas por especialistas para serem transmitidas a inúmeros alunos, envolvendo grandes quantidades de investimentos iniciais. Mesmo com estas semelhanças Peters recusa afirmar que é um defensor da aplicação do processo industrial no processo da educação a distância.



Teoria da autonomia e independência

Foram vários os autores que defendem esta teoria:
Rudolf Manfred Delling - destaca a autonomia e independência do aluno, colocando em segundo plano o papel do professor e instituição, utiliza o termo “estudo a distância”.

Charles Wedemeyer – defende que a aprendizagem dos alunos é um processo natural, autónomo e independente e explica que no ensino tradicional professores e instituição impõem a dependência deste processo aos alunos.

Michael Moore – surge com um conceito novo, “Teoria da distância transacional”, que assenta em duas dimensões: no grau de autonomia atribuído ao aluno e na distância entre o professor e aluno.

Farhad Saba – Tem por base a teoria de Michael Moore e aparece com um novo conceito, “continuidade virtual”.

John Verduin e Thomas Clark – também tem por base a teoria de Michael Moore e tem por base 3 dimensões no que diz respeito ao contexto de aprendizagens: diálogo/suporte; estrutura/competência especializada; competência geral/autodeterminação.


Teorias da Interacção e Comunicação
Outra teoria que teve vários seguidores:
Borge Holmberg – propõe uma teoria de ensino a distância que parte do sentido de “pertença” e daí provem o crescimento da motivação no aluno.

David Sewart – defende o apoio que se deve dar ao aluno neste ensino a distância e à interacção que deve existir nos grupos/turmas.

John Daniel – explica que na EaD devem existir diversos tipos de actividades, quer individuais (independentes), quer de grupo (interactivas). Estas têm como finalidade a socialização e o feedback.

D. R. Garrison – refere que na EaD deve existir interdependência entre professor e aluno tendo por base o desenvolvimento tecnológico para esta interacção ser possível.

Desmond Keegan – este separa actos de ensino e actos de aprendizagem e defende a criação de ambientes de formação a distância b-learning.


Clica aqui e terás acesso a um quadro com estas e outras teorias da EaD. 


Referência bibliográfica
Gomes, M. J. (2004). Educação a Distância. Braga: Universidade do Minho – Centro de Investigação em Educação


Saibam mais visualizando esta apresentação criada por alunas da nossa professora Maria João Gomes.

sábado, 29 de janeiro de 2011

O papel da avaliação na aprendizagem presencial


Desde que nascemos somos inseridos num processo de avaliação que só terminará no fim dos nossos dias, é a forma que temos de evoluirmos e a possibilidade que a vida nos dá para mudar depois de errar. Mesmo assim, a avaliação sempre foi um assunto que me meteu medo, lembro-me do teste que tive de realizar para acabar a primeira classe na Venezuela e vir para Portugal, os ditados na primária que tinham como recompensa uma reguada por erro, os testes no ciclo e no liceu, o exame de condução, a PGA, os exames de entrada para a faculdade, os exames na faculdade, o meu primeiro emprego, a profissionalização em serviço, e agora o Mestrado.
Como professora tenho que confessar que a parte mais difícil e penosa é a avaliação, nessa semana acabo sempre por emagrecer, porque acho que podia ter feito melhor, mesmo depois de realizar a auto-avaliação e verificar que a avaliação, a maior parte das vezes, é superior às pedidas pelos alunos.
Por isso gostei de visualizar este vídeo, que mostra que avaliar é um processo contínuo, orientado, coerente, onde o aluno tem a possibilidade de evoluir, de errar e assim construir o seu próprio conhecimento; o professor tem a hipótese de alterar as suas metodologias, estratégias para conseguir levar a bom porto as suas práticas pedagógicas.
 

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

RTP - NATIVOS DIGITAIS - Crianças: danos colaterais da máquina publicitária?

O novo programa lançado pela RTP, denominado "Nativos Digitais" coloca-nos a par da nova Sociedade de Informação que está a ser construída na Web.


RTP - NATIVOS DIGITAIS - Crianças: danos colaterais da máquina publicitária?

No Tenesse - Escola troca livros em papel pelo iPad



Gostei da ideia que vai ser implementada numa escola privada no Tennessee, nos Estados Unidos, o facto de substituírem os livros em papel por iPad, para evitar que os alunos vão para a escola carregados com 20 kg de livros de papel, é fantástico!!! Pena que a ideia não surgiu na altura que eu andava de mochila às costa e que usava o aparelho para ficar com a coluna mais direita ;)

Clica na imagem e lê o resto da notícia.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Conceitos e terminologias no domínio da Educação a Distância

Image: renjith krishnan / FreeDigitalPhotos.net
e suporte criado em http://www.glassgiant.com/


São várias as definições encontradas de cada uma destas formas de Educação a Distância, por isso, aqui fica uma pequena reflexão sobre as mesmas:
E-learning – Como refere Gomes (2005: 232) este é um dos modelos de formação a distância e está directamente relacionado à Internet e ao serviço WWW, através dos quais podemos aceder a uma panóplia de informações a partir de qualquer lugar e a qualquer hora, onde a rapidez com que se actualizam e publicam informações é de destacar; associados à possibilidade de existir intervenção e colaboração de aluno e professor na construção de saberes. Paiva, Figueira, Brás & Sá (2004:5) afirmam ainda que “(…) é caracterizado pela separação física entre o professor e o aluno e por um objectivo comum: disponibilizar um conjunto de recursos e técnicas a populações que desejem estudar em regime de auto-aprendizagem.”
Aprenda mais sobre o E-learning visualizando a aula virtual do professor “Zablidoido”, poderá descobrir onde surgiu, quais as suas potencialidades, a quem se dirige, as suas desvantagens, os pilares em que assenta este conceito e muito mais……..




B-learning – Este modelo de formação conjuga o ensino presencial e o online, onde “(…) determinadas unidades de ensino podem ser abordadas presencialmente e outras a distância ou, dentro de uma mesma unidade, certos componentes de uma mesma unidade podem ser explorados em sala de aula (ou laboratório) e outros  podem ser explorados a distância com base nos recursos da Internet/web.” (Gomes, 2005).
Ao visualizar este vídeo poderá descobrir o significado da letra B, tomar conhecimento das diferentes situações em que se pode trabalhar com este tipo de modalidade, encontrar as suas vantagens e desvantagens.


M-learning – modelo de formação A DISTÂNCIA mais recente, recorre a dispositivos móveis (ipad, telemóvel) associados à mobilidade, para se compreender melhor, os alunos podem aprender conteúdos de uma unidade de aprendizagem do seu curso/disciplina ao mesmo tempo que pedalam na sua bicicleta e ouvem a aula no seu MP3.
Saiba mais ao visualizar o diálogo entre estas duas pessoas, onde nos indicam sites para compreender este tipo de ensino, e nos ajudam a entender como é possível construir conhecimento através de uma simples mensagem electrónica. Neste tipo de ensino não é um telemóvel topo de gama que nos fará adquirir saberes, mas sim…..


Referências: 
Gomes, M. J. (2005). E-learning: reflexões em torno do conceito. In P. Dias & C. Freitas (Org.). Actas do Congresso Internacional sobre Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação. Braga, Centro de Competência da Universidade do Minho, pp. 229-236. Disponível em http://hdl.handle.net/1822/2896. Acedido em 22 Janeiro 2011. 


Paiva, J.; Figueira, C.; Brás, C. & Sá, R. (2004). e-learning: O estado da arte. Disponível online em
http://carlosbras.no.sapo.pt/Sobre_mim__/Art_/e-learning_o_estado_da_arte.pdf. Acedido em 29 Janeiro 2011.

Educação a Distância (EaD) na minha Escola

Imagem criada em www.fodey.com - Notícia escrita por Maria José Álvares ;)

Comentário ao texto "Na senda da evolução tecnológica na Educação a Distância"

Imagem criada em www.glassgiant.com


A escola onde leccionamos está a ser intervencionada pela Parque Escolar. Nesta fase são muitos os computadores, quadros interactivos, videoprojectores que estão a ser colocados nas novas salas; são a lufada de ar fresco que muitos docentes afirmam necessitar para inovar e tornar o ensino mais atractivo, motivador e interessante.
Tememos que seja um entusiasmo passageiro servindo o videoprojector para mostrar apresentações em powerpoint, de uma forma estática mantendo o método expositivo, ou então, recorrendo à Internet para mostrar vídeos ou outros conteúdos, não os usando para promover o trabalho colaborativo, demonstrando que a utilização da tecnologia na educação não assegura a construção de conhecimento nem significa inovação (Bettencourt-da-Cruz, 2006).
Relativamente à Educação a Distância (EaD) no nosso país, a sua implementação tem de ter em conta a abordagem pedagógica a realizar, o público que recorre a este tipo de ensino e os benefícios da sua utilização, devendo os aprendentes estar conscientes que esta é uma metodologia centrada na auto-aprendizagem, implicando responsabilidade pela organização do seu tempo de estudo, o que exige maturidade e a adopção de suportes tecnológicos adequados (hoje em dia baseadas na Internet). A diminuição de custos, a rapidez de acessos, a eficácia, a comunicação síncrona e assíncrona de resposta quase imediata, são aspectos importantes para o êxito do processo de aprendizagem.
As novas “gerações de EaD” não surgem para substituir as anteriores antes as complementam, coexistindo. Não existe nenhuma geração melhor que a outra, mas sim a mais adequada ao contexto em que a EaD será inserida, relacionada com os interesses dos formandos e o objectivo da formação. No ensino básico e secundário, a EaD terá de ser associada ao ensino presencial, porque os alunos não terão maturidade suficiente e podem perder motivação, sendo a presença física do professor fundamental para os orientar no seu estudo. Tendo presente as três dimensões onde as tecnologias e os serviços são essenciais neste processo EaD – “(i) na mediatização dos conteúdos pedagógicos; (ii) na mediatização da relação entre alunos/professores e entre aluno/aluno e (iii) na mediatização da interacção dos alunos com os serviços da instituição.” Gomes (2008, p.183) – faremos uma breve reflexão relativa a cada uma das gerações da EaD e a sua utilização nos dias de hoje, tendo por base os objectivos referidos habitualmente pelos alunos desta modalidade de ensino.
Na primeira geração, “ensino por correspondência”, a mediatização dos conteúdos efectuada em formato papel e a sua distribuição através de correio postal, implicava que a comunicação entre professor/aluno fosse escassa e assíncrona, fazendo com que o feedback resultasse retardado no tempo. Isto conduzia à perda de interesse do aluno, devido à demora em ver resolvidas as suas dúvidas, sendo uma formação muito demorada. Assim, neste momento, com a massificação da informação, não se justifica este tipo de ensino.
Com a segunda geração de EaD, marcada pelas transmissões directas ou gravadas de televisão ou rádio, surge o conceito de tutor – professor que tem a seu cargo diversos alunos inscritos no curso – e, através de conversas telefónicas eram possíveis as comunicações aluno/professor. Este tipo de formação poderá revelar-se eficaz se o aluno for autodidacta, conseguindo, só por ouvir uma gravação, dar continuidade ao estudo. Contudo, nesta modalidade, não é fácil a articulação entre distintas áreas temáticas.
A terceira geração do EaD foi marcada pela interactividade entre aluno e os recursos multimédia e pela comunicação não só professor/aluno mas também entre aluno/aluno. A facilidade de os alunos conseguirem interagir através de correio electrónico é de salientar, pois a partilha de saberes faz com que se construa conhecimento, deixando de ser uma aprendizagem isolada, existindo grupos que partilham interesses e saberes. A desvantagem continua a ser a comunicação assíncrona que, por vezes, não é tão rápida como se desejaria e por outro lado, os alunos poderem não estar interessados em partilhar conhecimento entre si.
Relativamente à quarta geração, designada por Gomes (2008, p.191) como “geração e-learning”, a existência das ferramentas Web 2.0 (blogues, wikis, webquest) promove a interacção entre todos, com feedback imediato, mas nem sempre bem conseguida. Nesta geração, em que todos podem e querem contribuir, acaba por faltar tempo para agrupar tanta informação por temas e interesses, multiplicando-se locais com as mesmas informações, de uma forma desorganizada, dificultando a distinção das fontes originais e pertinentes.
A geração seguinte, denominada de “mobile learning”, pode ser uma forma de educação adequada aos jovens que comunicam quase compulsivamente através de mensagens electrónicas, seguindo conversas paralelas muitas vezes inacabadas, onde o tempo e espaço não constituem entraves para a aquisição de novos conhecimentos, em ambientes marcados por intensa interacção.
Os “ambientes virtuais” são a característica da 6ª geração, constituindo o second life um dos exemplos. É aliciante a possibilidade de construir uma vida paralela, diferente da vida real, encarnando uma personagem e espaço, idealizados por cada indivíduo (avatar), onde podemos, entre outras funcionalidades, conversar através de chats, fóruns, e até por voz, com a hipótese de guardar apresentações. Ser multitarefa é o sonho de qualquer um – conseguir dedicar-se ao desporto, à política, ao ensino em simultâneo. Como refere Mattar (sd, p.7) “(…) o aprendiz convive na realidade virtual com a imagem da informação, podendo aliar a imagem a textos, sons e vídeos, refletir, questionar e fazer anotações, modificar o mundo ao seu redor e inclusive construir novos ambientes.”. As vantagens da comunicação síncrona, o feedback directo, a construção de conhecimento através da vivência de acontecimentos, são potencialidades que se destacam nos exemplos referidos por Pita (2008). Mais do que noutra geração de EaD, a organização pelo professor de situações de aprendizagem, inspiradas pelo modelo tradicional, restringe as potencialidades que estes tipos de ambientes deveriam criar. Como refere Bettencourt & Abade (2008, p.15), “A tendência de transposição de modelos de ensino pré-existentes para o mundo virtual da SL pode fazer perigar as potencialidades educativas desta e funcionar como um elemento redutor e estagnante das inovações que se antevêem na correcta exploração educativa da SL.”
Até que ponto as novas modalidades de EaD podem colocar em causa a manutenção do ensino presencial?

Referências Bibliográficas
Bettencourt-da-Cruz, T. (2006).  A Internet na Construção de Conhecimento Didáctico. Tese de Doutoramento, Universidade de Aveiro.
Bettencourt, T. & Abade, A. (2008, Janeiro-Dezembro). Mundos Virtuais de Aprendizagem e de Ensino – uma caracterização inicial. Revista Iberoamericana de Informática Educativa. 7/8, 3-16. Acedido em 13 Janeiro 2011, de http://161.67.140.29/iecom/index.php/IECom/article/viewFile/159/153
Gomes, M. (2008). Na senda da inovação tecnológica na Educação a Distância. Revista Portuguesa de Pedagogia. 42-2, 181-202. Acedido em 6 Janeiro 2011, de http://hdl.handle.net/1822/8073
Mattar, J. (sd). O uso do second life como ambiente virtual de aprendizagem. Acedido em 14 Janeiro 2011, de http://www.anped.org.br/reunioes/31ra/1trabalho/GT16-4711--Int.pdf
Pita, S. (2008). As Interacções no Second Life: a comunicação entre avatares. Prisma.com, 6, 3-18. Acedido em 15  Janeiro 2011, de http://prisma.cetac.up.pt/3_Interaccoes_no_Second_Live_Sara_Topete.pdf